23.11.11

Gus Van Sant


Curiosamente, numa semana vi o mais recente filme e um dos clássicos de Gus Van Sant, nomeadamente Restless e My Own Private Idaho.
E que realizador! Muito mais que um explorador do cinema Queer.
Conseguiu, em Restless, abordar um tema apenas direccionado para um público alvo, mas que chegou a bem mais que isso. O quão surpresa fiquei quando entrei na sala de cinema e me deparei com as cadeiras preenchidas com voyeurs que eram supostamente a excepção à regra, quando afinal, ali, a excepção à regra era eu. Definiria o filme como um eufemismo. A maneira como a morte é encarada, de forma bela e romanceada. O toque vintage de Mia Wasikowska e Henry Hopper, transposto para a estética cinematográfica do filme, tornam-no numa narrativa com base usual de Boy meets Girl, posteriormente deturpada pelos detalhes do enredo e do encadeamento de pormenores presentes na acção.
Na "sessão" de Idaho, não havia margem para excepções.
Para além de interpretações incríveis de River Phoenix, Keanu Reeves e William Rechert, o filme traça uma história única: Real. Quiçá biográfica. Actual. Presente. Com visíveis influências do cinema experimental, os laivos de loucura são compensados com planos sobriamente exímios, quer em luz como em enquadramento.
Duas obras personificadoras da versatilidade e ao mesmo tempo da marca característica de Van Sant, com 20 anos de intervalo.


Restless, 2011


My Own Private Idaho, 1991

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